31 de dez. de 2011

Dou por mim a viver de devaneios.
Nunca estou realmente acordada ou sóbria, o meu mundo é diferente, é melhor.
Que venha mais um ano de sonhos.

21 de dez. de 2011

Os rapazes são terriveis. Primeiro, quando já não temos hipoteses com eles (ou assim pensamos, mas sempre com uma réstia de esperança), andamos a pensar neles constantemente e nãoseique, deixamos de pensar neles, e eles sabem! E fazem qualquer coisa, telefonam ou assim, e dizem ou fazem qualquer coisa fofinha que nos faz derreter completamente, e ficar nas nuvens, a flutuar, e seguidamente o ciclo volta a repetir-se.
São terríveis mesmo, devem ser a pior criatura a face da terra.
Odeio-o porque o adoro.

19 de dez. de 2011

Quote # 6

HOW I MET YOUR MOTHER - Barney Stinson 2x01 Where Were We?
São lixas presas, que teimam que a minha garganta é de madeira, e cada vez que tento respirar, esfregam-se contra as paredes da ultima paragem do sistema respiratório, não sei qual é a ideia delas, em teimar tal coisa.
Também afectaram a minha voz, está mais nasalada. E agora acabei de apanhar um choque no aquecedor, meu fiel aquecedor. Mas isto hoje deve ser o dia das revoltas.
Não quero trabalhar, estas devem ser as férias em que tenho que trabalhar mais. Bolas. É que já ninguém tem tpf's.
E agora, dei-lhe outra festa, passei-lhe a mão por cima, e pimbas, outra vez. Mas que se passa meu amor?
Tenho as mãos frias e doi-me a cabeça.
Vai dormir Inês.

18 de dez. de 2011

Quote # 5

Se alguém souber de onde isto é, que me digam, porque quero saber. 
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Aquamarine

Ciclos



Como o fumo de um cigarro, saboreado, consumido, inspirado, é capturada a sua essência, é expirado, insabor, já não serve, e depois de destruir mais um bocadinho os pulmões, desfaz-se no ar, assim simplesmente, sem explicações.
Assemelha-se a algo? Coincidência.

13 de dez. de 2011

Gpoy # 10

11 de dez. de 2011

 Ainda existe aquele vazio esquisito, que sabes que está ocupado, mas não como devia estar. Falta aquele "gosto muito de ti" aquele abraço de surpresa, ou quando me davas a mão quando ninguém estava a ver, ou até mesmo o beijinho na testa ou sentir-te a sussurrar ao meu ouvido coisas bonitas e ver-te a sorrir da maneira que sorrias, com os olhos a brilhar. Encantaste-me de uma maneira que sei que nunca te vou encantar.
Porque tu tens tudo aquilo que eu não sou, sou uma pessimista disfarçada de optimista. Tu, optimista nato, permitiste-me tirar o disfarce. Contigo fui toda eu, fui sincera e insegura, talvez tenha errado na ultima parte, não terei oportunidade de corrigir esse erro contigo, e com certeza o vou repetir muitas mais vezes para com outras pessoas, sem sequer me aperceber.

9 de dez. de 2011

Aparte, tenho um novo blog. Ja o tinha nos links em cima a algum tempo, mas de qualquer maneira, é de fotografia. Está AQUI se quiserem :)

5 de dez. de 2011

I'll never be good enough

Reúne todos os materiais, desde aparos a pincéis, do mais arcaico ao mais moderno, não quero saber, reúne-os e desenha, desenha o que te vai na alma.
Mastiga uma pastilha até não ter mais sabor, deita-a no caixote e mastiga outra, são as tuas únicas pausas, apesar de não as deveres fazer, quanto mais mastigas mais nervosa ficas, isso é mau para as tuas mãos, não tremas.
Não penses em como o achas charmoso, não sonhes com os beijos que jamais aconteceram, não desejes que ele te deseje outra vez, não sonhes acordada e concentra-te, concentra-te porque se pensares nele vais perder o fio a meada, vais acabar por achar a parede mais estável para os teus pensamentos auto-destructivos.
E os olhos meio azuis, meio esverdeados, meio castanhos da outra criatura bonita? Os desse quanto muito podes desenha-los, mas não penses que eles te vão olhar com a vivacidade de quem ama, porque não vão, vão apenas olhar-te com ar sedutor do papel onde os imortalizaste.
Tens de deixar de sentir necessidade de ter várias opções, tens de aceitar quando perdes a única opção que tens, não podes correr atrás do vento, ele envolve-te quando lhe apetece. E com isso, a única coisa que te resta fazer é pegar numa folha branca e numa ferramenta de desenho, provavelmente a mais simples, e começar a desenhar algo novo, mas começa antes pela paisagem, é o melhor, nem sempre tens de ter um protagonista, porque um desenho estragado raramente pode ser reparado.

30 de nov. de 2011

Quote # 4

Gpoy # 9

Biggest gpoy of them all.

29 de nov. de 2011

Finalmente está tudo bem, tudo bem como eu tinha desejado, deu-se aquele pulo no tempo, e nada aconteceu.
Nada aconteceu porque não nos atrevemos a tocar no assunto, é como aqueles mendigos, podres de bêbados e aceitadores do seu destino ingrato, num canto qualquer de lisboa, eles estão lá, mas ninguém fala deles, ninguém quer falar deles, ninguém olha para eles e quando as crianças curiosas os observam a mamã diz-lhes "Não olhes", a mamã não sabe explicar porque não, mas é assim, é como se de uma regra inevitável se tratasse. 
É daquelas coisas, Tabus, é isso, aquele nosso período de tempo, louco do coração, tornou-se um Tabu, um assunto sensível, e não sei se é assim que pensas, mas evito isto porque tenho medo da tua reacção, que voltemos aos últimos dois meses em que reinava aquele silêncio sepulcral.
Por isso brindemos às histórias mal resolvidas, que nunca se chegarão a resolver.
Porque às vezes é assim que elas ficam melhor arrumadas.

25 de nov. de 2011

Há pessoas que não suportam o facto de falarem mal delas nas costas. Mas é natural, até inevitável.
Há sempre comentários desagradáveis, há sempre inimigos, pessoas que não nos gostam tanto.
Há aquela tendência do desabafo. Coisas que não fazemos tão bem, há que aceitar essas coisas, o que importa? É uma pessoa desprezível, que não gostou assim muito que tenhamos realizado algo na vida.

Gosto de dizer que gosto de alguém, nas costas dessa pessoa.
Talvez seja um mau hábito, mas é melhor que falar mal certo? 
Também não é como se elas não soubessem que gosto delas.

Gpoy # 8

Friday night special.

23 de nov. de 2011

Gpoy # 7

21 de nov. de 2011

A Ilusão da Originalidade

É assim que a recordo, de sorrisos fugazes, surpresa por a observarem, ela estava só a ser ela própria, a ignorar o mundo ouvindo a sua musica de compassos ora sóbrios ora tresloucados, com os seus lábios e cabelos que fariam inveja à mais bela das princesas Disney. É, era assim que a via, que posso dizer? Um homem apaixonado vê a sua musa perfeita, ou melhor, vê-a na perfeição, porque a vê muito melhor que qualquer um.
Mas para quê avistar-se um ser deliciosamente perfeito, quando não se o pode possuir? É o mesmo que se acorrentar um tigre dentro de um cercado de coelhos, que saltitam de um lado para o outro, felizes, sentindo-se seguros por o predador estar desabilitado, a diferença é que eu não estou preso, nunca estive, pelo menos directamente. E não me venham com a conversa que devia ter lutado por ela e coisas do género.
É ela, a culpa foi dela, e ela sabe-o, porque sempre o fez de propósito, não, não é defeito de fabrico coisa nenhuma, é qualidade, ela tem aquele jeito felino de quem gosta de estar sozinha. Construiu paredes de betão à volta dela, é como se fossem as correntes do tigre, só que neste caso ela é o único coelho, preso dentro das paredes, e os homens, tigres, que rondam esfomeados a muralha de betão, esperando o dia que ela se lembre que existe uma porta. Sim, uns namoricos aqui e ali, isso ela admite de vez em quando, mas nunca os deixa chegar muito perto, eles são traiçoeiros, de instintos fortes. E assim, nunca deixou ninguém a possuir, e talvez seja isso que me deixa fascinado com a sua pessoa, a ideia de ter o que nunca ninguém teve. A ilusão da originalidade.

17 de nov. de 2011

Gpoy # 6

16 de nov. de 2011

Reciclagem

Foi levar uma sova pelo amor abandonado, foi arrancar-se nacos de coração onde a amizade estava guardada, e depois, foi afiar a língua para que a alma dorida afiasse as unhas e se sentisse injustiçada, ou até mesmo para que se sentisse mal pela sova que apanhou, pelos bocados de carne que lhe foram indevidamente arrancados, pelas nódoas negras nas carnes moles e o coração de papel amachucado, que foi apertado de forma a que os vincos permaneçam marcados no papel, ficando assim inapto, posto de lado, a espera do dia em que será reciclado para ser um coração de cartão, mais difícil de sofrer tais vincos.

LOL

"Não digas LOL, isso é o expoente máximo da secura." Disse-te uma vez quando me respondeste com tal palavra. Hoje, numa conversa solta que apanhei, ouvi-te dizer "Não digas LOL, isso é mesmo seco."
Fico feliz que tenhas aprendido algo de útil comigo.

Quote # 3

 
Ele faz um lindíssimo tapete, Manteiga.

15 de nov. de 2011

Gpoy # 5

Não gosto de falar de ti, é constrangedor, mas todas as conversas vão dar a ti, a ti e a ti.
Fazes-me pensar que cometemos um erro tão grande.

14 de nov. de 2011

Oportunidades Fugazes

Hoje, ao passar por ti, tropecei numa oportunidade, pensei em agarrá-la e imaginei como tudo aconteceria.
Tive medo que me dissesses que não, que não querias falar comigo, com a cara inexpressiva que farias, de quem se vinga.
Continuei a andar e apesar de te olhar de esguelha, discretamente, não parei, também não me pareceu que desviasses o olhar para mim... Mas é normal, acho.
Acho engraçada a maneira como vivemos assim, sem dirigir palavras um ao outro. Estamos sempre atentos ao que um e o outro diz, eu sei que estou e tu, tu nota-se que também, pelos comentários que as vezes fazes no grupo de conversa. Acho que é uma maneira de ninguém reparar que estamos assim.
Mas devia ter agarrado a oportunidade, podia tudo ter acabado hoje.

-Podemos falar?
-Sim.
(...)
-Perdoa-me se te chateei...
(...)
-Está bem, eu perdoo-te.
-Obrigada, agora... Dá-me um abraço...

13 de nov. de 2011

Quote # 2

«Dizes que amas a chuva, mas abres o guarda-chuva quando chove. Dizes que amas o sol, mas procuras sombra quando o sol brilha. Dizes que amas o vento, mas fechas as janelas quando o vento sopra. É por isso que tenho medo. Também dizes que me amas..»
Shakespeare

Gpoy # 4

11 de nov. de 2011

É diferente, mas ser diferente não significa que seja uma diferença má.
As vezes até pode ser melhor.

Gpoy # 3

9 de nov. de 2011

Gpoy # 2

8 de nov. de 2011

Ninguém o sente por ti.


Sente, sente a dormência da carne mole sobre os ossos gelados, como dói quando a pisas.
Sente, sente o vento a empurrar-te para caminhos incertos, a gelar-te a ponta do nariz e os dedos.
Sente, ainda, a chuva, que te lambe a pele descoberta, causando-te arrepios.
E depois, um espirro, um espirro que deste por sentires isto tudo como deve ser.
Não tenhas pressa em senti-lo, isso logo acontece quando a altura chegar.
Nem todas as coisas tem que ter data marcada.

7 de nov. de 2011

Gpoy # 1

4 de nov. de 2011

I miss the days when you loved me.


Quero que sintas a minha chegada como sentes a noite, inevitável e repentina como um trovão e intensa como o frio que faz.
Quero que me olhes com esperança, que aquele brilho que outrora havia nos teus olhos volte, que me puxes para ti para sentirmos o palpitar nos nossos corações felizes do regresso e me dês a mão só porque nos sabe bem.
Que te perfumes para mim e que me elogies os feitos com paixão. 
Que me mostres as tuas coisas e me peças opinião pela coisa mais inútil, só para fazer conversa.
Ou até mesmo dizer "Gosto muito de ti" para o ar, só porque sim, só porque temos alguém especial.

29 de out. de 2011

Alergia ao mundo




Olha agora, porque é que haveria de desistir daquilo que gosto? Não devia, nem nunca deveria. É um direito que todos temos, porque não ceder a certos luxos que apetecem?
É isso, é por isso que me existe esta alergia no nariz, ao mundo, às pessoas, que desistem de coisas que não devem e vão atrás de sonhos impossíveis de concretizar, é verdade que tem de se ter uma pitada de loucura, mas só uma pitada, em demasia faz mal à carteira e ao mundo.

28 de out. de 2011

-Só venho por aqui quando quero vir mais sozinha, para pensar. Não custumo ter conversa com ele e se for só com ele é apenas awkward.
-Então, mas a ele já o conheces a bué, a mim conheces tipo a duas semanas e a gente tem sempre conversa.
-Mas tu és daquelas pessoas que ta sempre a falar.
-Tens razão, sou uma gralha.
-Mas gosto bastante de falar contigo.

27 de out. de 2011

L'amour, cet étrange animaux.


Um toque, um toque e está tudo estragado, porque com aquele toque estavas perto o suficiente para fazer muitas mais ligações, a fragrância, deliciosa, a maneira, diferente de antes, parecia mais charmosa, a suavidade do toque, o olhar branco, que aparentava inocência, ausência de raiva, estava mais alto.
Andas pela casa a tarde toda, a bater com a cabeça nas paredes, porque é que te apegas, porque é que te apegas?
Pensas em mil e uma maneiras de baixar o orgulho, de pedir desculpa por algo que não fizeste, com esperança de obter perdão, de concertar as coisas. De voltar a ter aquela pessoa que estimas na tua vida, seja como for.
Mil e um discursos, mil e uma cenas na tua cabeça, todas elas boas de mais, talvez.
Voltar atrás voltavas, para não ter este trabalho, mas vai ficar tudo bem.

24 de out. de 2011

-Estás a ver aqueles dias ranhosos em que tudo o que precisavas era um abraço da pessoa certa?
-Pois.

22 de out. de 2011

Chove-não-chove

Aqueles dias estranhos do chove-não-chove, em que tudo parece pequenino, mas tudo parece enorme e cansativo, dias de carinhos aconchegados na cama quente e pequena.
Em que os centros comercias ficam super-lotados com pessoas de toda a variedade de aparências... e cheiros.
É tipo, folga num dia de chuva, pausa kit-kat dos olhares desagradáveis de alguém conhecido, é tipo, aquecedor tipo fogueira no meio de uma sala de aula, está quase.
São dias em que as unhas estão da cor que devem estar, em que há óculos apoiados na cana do nariz, em que o casaco mais largo do armário está a cumprir o seu serviço, e eventualmente os livros da escola estão apoiados numa secretária, sendo copiados e interpretados.
Ou talvez, dias de crianças a espreitar o céu cinzento pela janela, a ansiar ver o céu a chorar, talvez com uma pitada de prazer macabro, se se pode dizer tal coisa de uma criança.
Mas há crianças que não são crianças, bebé grande, adulto pequeno, o quê? Não, interpretem como quiserem.
São os dias do chove-não-chove, dias de confusões mentais, de carinhos aconchegados, e mais.

19 de out. de 2011

Homens do Mar

Há muito muito tempo atrás, era a febre da novidade, o vicio de pisar terra nunca antes pisada por humanos, a febre dos descobrimentos.
Entre o novo continente e a terra natal, havia uma larga e espessa massa de oceano azulado que reflectia o céu, a qual os homens do mar tinham que atravessar corajosamente, disfarçando o medo das correntes. Muitas vezes, pelo caminho os mantimentos escasseavam, os homens, fracos, viam coisas que os aterrorizavam por parecerem tão reais, talvez até fossem reais, mas a fome e a secura da garganta gritavam, fazendo o cérebro rejeitar tais realidades.
Como por exemplo as sereias, os ouvidos dos marinheiros, eram deliciados pelas vozes hipnotizantes que elas possuíam, os seus olhos pelas suas silhuetas, cinturas finas e cabelos compridos que tapavam os peitos desprovidos de qualquer censurador humano, exaltando a tensão sexual que os marinheiros raramente tinham oportunidade de aliviar. Fazendo com que muitos, loucos de paixão e desconhecimento do que lhes poderia acontecer, saltassem para a massa azulada, sendo puxados para as profundezas pelas tão belas mulheres e servindo de refeição das próprias.

13 de out. de 2011

E depois de um dia difícil, o seu único conforto era pensar em soluções e observar a rua movimentada.
Era como se fugisse a realidade, por vezes o acto de pensar em soluções tornava-se em sonhos, que ela sonhava deliciada olhando o horizonte.
Só que esses sonhos não a confortavam, ela sabia que eram impossíveis, parvos, inconcretisáveis.
Ela foi tão parva em acreditar que podia ter resultado.
Sem duvida, obrigadissima.

12 de out. de 2011

Non-sense

Pergunto-me se não sonhei, se não foi só um daqueles sonhos que parecem muito reais, mas não.
Disseram-me que não sonhei, porque foram testemunhas, viram-me lá ao longe, entrelaçada, nos teus braços.
Se não foi um sonho, só pode ter sido um delírio. Um delírio colectivo, pronto.
Sei que se passou pouco tempo, mas para quê exibir um copo de água em frente a um sedento, se não se pretende dar-lhe de beber? Não faz sentido.

11 de out. de 2011

Quote # 1

«Algumas pessoas sentem a chuva, outras ficam só molhadas.»

10 de out. de 2011

Fall


Havia tempos em que andava a ansiar o calor, farta do frio, mas este agora veio demasiado intenso e agora já não lhe acho tanta piada, onde estás vento refrescante? Onde estás frio que torna uma chávena de chá de morango a melhor coisa a face da terra?
É, sou uma pessoa que não gosta de temperaturas em excesso. Gosto daquele tempo de céu limpo, com uma certa brisa, e um certo friozinho na espinha. Ou até mesmo aquele tempo nublado mas abafado, agradável.
Sou uma pessoa de fins de tarde semi-frios ou semi-quentes, se isso fizer sentido.
Gosto de ouvir o murmúrio que o vento causa entre os galhos das árvores, quando os bichos verdes estão a hibernar e não nos vêem chatear.
É isso, anda lá outono, agora que te queremos e que te escondes de nós?

7 de out. de 2011

Perdidos e Roubados.

Foi preciso ter roubado um coração alheio para descobrir que quem me tinha roubado o meu, não o merecia e tão pouco o queria.
E assim, o dono do coração alheio roubou pela calada o coração que o outro não queria nem merecia, e guardou-o num local melhor, pode ser cedo para se afirmar, mas está muito mais aconchegado agora,


Obrigada.

5 de out. de 2011

Ironias


É que, estas coisas são irónicas, e é mesmo quando não se espera, quando se tem um ponto de vista totalmente diferente.
E mentir, não, mentir não, ocultar as coisas, as pessoas podem ocultar, e ficas tipo, mas eu tinha a certeza, mas não sabes que elas estão a ocultar algo.
E depois, quando dás por ti deixas de ter aquele ponto de vista que tinhas antes, reparas que os abraços já não encaixam como antes, aquilo que te sabia bem torna-se esquisito. E lembras-te do encaixe perfeito daquilo que não esperavas, aquilo que seria esquisito agora sabe-te bem.
É tão deliciosamente irónico, não é?

3 de out. de 2011

Tentativa de Poema

Não é a boca mas sim o corpo que fala.
Não é o corpo que sente, é a alma.
Com tudo isto, apresento-te a minha jaula,
Ficará tudo bem se fores com calma.

29 de set. de 2011

Corrida Semi-nocturna

Era já de tardinha e o horizonte estava cor de laranja, esbatido pelo nevoeiro que se revelava fresco.
Lídia, escondida colocou o manto preto de cetim, que tinha comprado no mercado, esgueirou-se pelas escadas da torre e saiu pela porta das traseiras, colocou o capuz, não fosse o pai reconhece-la e impedi-la.
No meio do crepúsculo ela foi pelo prado de passos leves e silenciosos como a morte, chegando aos estábulos, surripiou uma sela, uma cabeçada e umas rédeas, carregou-as para uma cerca proxima onde haviam cavalos livres, assobiou uma combinação melódica e uma égua árabe revirou as orelhas e trotou até ela.
-Vamos correr, Gaia? - Perguntou Lídia à elegante égua loira, que tinha o nome da deusa da Terra.
Gaia respondeu-lhe positivamente levantando as orelhas e soprando pelas ventas.
Lídia afagou-lhe o focinho e colocou-lhe gentilmente a sela, a cabeçada e as rédeas que tinha roubado do celeiro, silenciosamente retirou-a de dentro das cercas e partiram as duas para uma corrida semi-nocturna.

26 de set. de 2011

-Foste tu que me tocaste?
-Não, achas?
-Parecias tu.
-Porque fui eu. Mas porque é que parecia eu?
-Não sei, é o teu modo de tocares nas pessoas.
-Eu acho que tenho uma maneira rude de tocar nas pessoas.
-Nada disso, não te sei explicar, é a tua maneira.

22 de set. de 2011

O monstro

 Ando a redescobrir o prazer em desenhar, desta vez não tanto pelo lazer da coisa, mas por pressão, por precisão, para impressionar o monstro do Desenho.
Não me importo de desenhar para ela, até gosto, desde que ela não esteja presente na sala onde estou a desenhar.
O monstro do desenho intimida, intimida porque gosta de se exibir, porque sabe que é bom no que faz, e nós, discípulos sabemos que só depois de muito tempo a tentar é que vamos conseguir fazer um pouco do que ela faz.
E se ela não gostar do que estamos a fazer, é esquecer, rasgar ou apagar e novamente recomeçar.
A linha torta tem de ficar direita, a folha preenchida e as proporções perfeitas, uma pega de chávena torta e estás morta.
Condenada a pintar Vieux Chaine em papel Craft com uma trincha de pintar paredes.

19 de set. de 2011

Olha que não é bem assim.

Chega então aqueles dias de incompatibilidades anuais, por azar ou por mero acaso.
Aqueles dias esquisitos em que te levantas cedo e de tarde pensas que o que viveste de manhã se passou no dia anterior.
Tens que repor horários, dizem-te, mas tu não lhes ligas.
Estás mais preocupado que agora haja o novo acordo ortográfico e que em vez de escrever "óptimo" escrevas "otimo", sem "p" e sem acento algum, e o mais engraçado é que é logo no ano em que tens de fazer exame de Português "How fucking great." dizes várias vezes para dentro, ou até "Bela merda." ou "Mas que grande cocozisse." Porque realmente, é tudo e mais alguma coisa.
São coisas assim, é a vida. Quando a vida pensa que finalmente vais ser feliz, mesmo que nem lá perto estejas, faz-te cair alguma merda em cima.
 Ora, escrever como os Brasileiros. E o mais engraçados e que os proprios dos Brasileiros também não estão felizes com isto. Provavelmente também pensam "Ora, escrever como os Portugueses."
É que estamos mesmo todos contra.
"Stora, mas os ministros estavam sóbrios quando fizeram esse acordo?" Risos.
Se estavam sóbrios não sabes, mas lá que foi algo muito parvo foi, sim, ah e tal porque eles são mais que nós.
E então? Não fomos nós que povoámos aquela terra?
 Mas olha, podia ser pior, sê Português da melhor forma que sabes, engole o sapo e continua em frente.
O problema há-de resolver-se sozinho, ou então alguém há-de resolvê-lo por ti.
Não foi sempre assim que fizemos?

16 de set. de 2011

Cegueira com Cheiro a Rosas

Olha para nós depois de todo este tempo, até podemos estar na pior das condições, podemos sentir a pior das dores, mas continuamos cegos.
Como se nos vendassem os olhos com rosas encarnadas e suaves que não queremos tirar, porque parece tudo tão perfeito, parece tudo de extremos, com contracurvas deliciosas e cheiros adocicados.
Quando dói, dói mesmo, mas quando sabe bem, sabe mesmo bem, como nunca soube.
E mesmo que o coração bata na mesma antiga, acelerada e aborrecida velocidade, é sempre cada vez melhor e faz-nos querer sempre mais.

13 de set. de 2011

Ave Rara

Sabes aquela rapariga imaculada, com o cabelo perfeitamente entrançado e cara de santinha? Aquela que avistas todos os dias na rua, e olha-la com fascínio, como se ela se tratasse de uma ave rara?
Sabes aquele sinal de transito onde ela pára sempre e rói as unhas discretamente, como se estivesse a cometer um crime ao fazê-lo, claro que sabes, não consegues evitar segui-la e despi-la com os olhos.
Até já a seguiste, com esperança que o destino vos cruzasse, mas ele nunca foi assim tão generoso, não é?
O que é que te atrai nela? Porque é que ela te fascina?
Tantas perguntas e nenhuma resposta.

12 de set. de 2011

Tão teu

Gostava de te compreender, de te desenterrar cada fascínio e estudá-lo minuciosamente.
De saber como funciona a tua maneira de pensar e de descobrir o senso-comum que tens tão único e teu.
Gostava de ver através desses teus olhos que me fascinam e ver como é o teu mundo.
O teu mundo, é isso. Gostava de entrar nesse teu mundo sem tua permissão, de o virar do avesso contra a tua vontade e colocá-lo todo no devido lugar outra vez, deixando marcas que não consegues apagar.
Só para que soubesses que depois da tempestade vem a bonança.
Até te fazia promessas, mas não gosto de prometer coisas que não tenho a certeza que posso cumprir, por isso fica aqui a ideia de um mundo nosso, pode ser que um dia viremos ambos do avesso os mundos um do outro.
Mas sempre disse, quanto menos expectativas menos desilusões, portanto, deixemos que o tempo o dite.

É como tu.

A Lua faz as pessoas sentirem-se bonitas.
É como se as enfeitiçasse com a sua pompa e todo o seu misticismo, torna-as em pessoas diferentes.
Bonitas mas com emoções demasiado fortes e instáveis.
É a noite dos loucos, loucos que se estão a rir e no segundo a seguir estão a chorar ou apenas sérios.
Faz lembrar quando se bebe demasiada sangria, só por beber.
Mas a Lua é mais generosa, ela seduz pelos olhos e apodera-se dos sentidos.
Faz-me lembrar alguém.

8 de set. de 2011

Sorriso impresso.


Gosto de ler as tuas palavras devagar, e muitas vezes guardo-as para reviver a conversa mais tarde.
É como ter um sorriso de reserva, reler o que me fez sorrir, letra por letra, virgula por virgula e ponto por ponto.