28 de ago. de 2011

Esporádicamente.

Foi assim, começou tudo quando a noite ainda era jovem, a rapariga do casaco verde viu o rapaz dos olhos avelã a trabalhar. Ela demorou o olhar nele depois de ter reparado que ele demorava o olhar nela.
Não deixou de se sentir desconfiada, seria a sua percepção a pregar-lhe partidas? Não seria a primeira vez.
Mas não se importou, apesar do rubor e da urgência de desviar os olhos, ela prolongou o olhar nele.
Foi então que ele lhe sorriu, e por impulso ela sorriu-lhe também, foi um daqueles momentos que se vê nos filmes, pronto.
Depois seguiu-se uma grande confusão e sabe-se lá como, o numero dele foi parar ao telemóvel dela.
Eles trocaram algumas mensagens, e depois... Aconteceu o esperado, aquilo que ela tinha previsto.
Mas e vocês, que estavam a espera?

Porque alguém Invisível não faz conclusões nem na vida real.

25 de ago. de 2011

Foi sempre assim que o vi, pacifico e com um ar intelectual, uma pessoa de coisas místicas e estudos do além.
O mundo dele é aquela varanda, que faça chuva faça sol, está sempre abafada e agradável, que tem sempre um ambiente acolhedor e exótico, com todas aquelas plantas, que vão de orquídeas a fetos.
As plantas são a vida dele, lembro-me de arrancar flores do chão,e de ele me dizer sempre com a sua calma característica, "Se a arrancares do caule ela morre." E era verdade, é sempre verdade tudo o que ele me diz, depois de ter arrancado do solo o pequeno malmequer, foi apenas uma questão de horas até o pobrezinho murchar.
Os anos foram passando, com muitas conversas e ensinamentos, e até brincadeiras com as bonecas, que inventávamos no sofá de rede.
Lembro-me de uma vez ter comido pétalas de rosa, por ele ter dito na brincadeira que eram boas para comer. Arrependi-me a seguir, quando senti o sabor a terra na boca.
Lembro-me também quando uma vez encontrei um texto dele na antiga escrivaninha que lá tinha no canto da varanda, na altura ainda não percebia muito daquelas coisas, mal sabia ler, e admito que a letra era belíssima, mas totalmente ilegível pelas suas curvas e contracurvas exageradas. Mas tudo se tornou mais claro quando ele o leu em voz alta. Era um texto sobre um rapaz que queria ser locutor de rádio quando era pequeno, que viu os anos passar e se encontrou novamente com a família, já velho, depois de uma longa viagem. Já não me lembro do resto, que sei que havia mais, mas lembro-me que fiquei a pensar nisso durante muito tempo, em como acabaria a historia, nunca cheguei a descobrir.
Mas é por tudo isto que o admiro, pelo homem que foi, pelo homem que é e por tudo o que já teve que passar. E que mesmo assim, continue com todos os seus passatempos.

23 de ago. de 2011

Bonsai

Prometo que te cuidarei o melhor possível, e que te fornecerei todo o meu carinho e dedicação.
 
És o meu novo projecto.

21 de ago. de 2011

Porque me encanta.

Tenho a minha mão esquerda entrelaçada com a tua direita, estamos lado a lado.
Sentamo-nos, admiro-te silenciosamente as marcas no pescoço e o cabelo escuro, és um ser maravilhoso.
Até tenho medo de te olhar nos olhos, por toda essa tua sedução que me congela os movimentos e a fala, porque me encanta esse oceano de simpatia.
Apesar de tudo isto, conversamos calmamente, enquanto eu combato interiormente a vontade de te observar ainda mais de perto.
Mantenho a postura, porque sei que isto é um jogo, em que aquele que parecer menos se importar, ganha.
Só quando os raios de sol me decidem acordar é que me apercebo que talvez não seja assim, apesar de me ter parecido tão vívido, talvez nunca tenha estado assim tão perto de ti, e se calhar tudo não tenha passado apenas de um sonho distante.
Ficarei para sempre na duvida se foi real.

14 de ago. de 2011

Por muito que nos custe a admitir,


As pessoas são falsas, vivem de aparências e dinheiro que não tem. 
Os sorrisos brancos e a pele bronzeada são fachada para um interior inteiramente horrendo. 
Faz-se histórias que não existem e recusam-se a ver as coisas que estão a frente do nariz. 
E depois quando vêm uma figura publica escondem a excitação e dizem com escárnio que estão habituados aquelas andanças. 
Mesmo assim, param na estrada a admirar os carros desportivos e os iates luxuosos, lançando piadas nervosas. 
Ainda pior são aqueles que tem o rei na barriga em relação como se vêm a eles próprios, e olham os outros como se estivessem a voar por cima deles, e é irritante como dizem com sorrisos convencidos e por vezes amarelos que o ego lhes sobe por verem as pessoas que andam na praia, ou na piscina, eu sinceramente não avistei ninguém com aparência pior que tais bestas.

Com a pior das intenções, Invisível.