1 de fev. de 2013

Make it go away

Não consigo pensar numa maneira pior de morrer do que da maneira que morro sempre, asfixiada.
Vezes e vezes sem conta, morro, sem ar, ora debaixo de àgua, afogada, ou às mãos de alguém que não me aprecia, estrangulada.
São sempre sonhos vívidos em que sinto a vida a escapar-me, apesar de tentar ser forte e aguentar, sinto-a a desaparecer, os pulmões ardem e gritam por oxigénio, mas ele não passa. Só respiro no momento em que morro, abro os olhos e estou de volta, viva, na minha cama, estupidamente ofegante por conseguir respirar novamente.
Mas não é só em sonhos que morro, morro muitas vezes enquanto estou acordada também, vejo coisas que não quero e o coração explode, estilhaça-se em mil pedaços e cai até aos pés, perdendo-se, ou até no meio de confissões, em que ele incha e me aperta o peito, matando-me sem ar novamente. Ou num acto de revolta, em que ardo na minha própria raiva e renasço nas minhas cinzas.
No fundo a morte está sempre presente, sussurando-nos ao ouvido e afagando-nos a pele, como se nos quisesse conquistar, armada em sedutora.