29 de out. de 2011

Alergia ao mundo




Olha agora, porque é que haveria de desistir daquilo que gosto? Não devia, nem nunca deveria. É um direito que todos temos, porque não ceder a certos luxos que apetecem?
É isso, é por isso que me existe esta alergia no nariz, ao mundo, às pessoas, que desistem de coisas que não devem e vão atrás de sonhos impossíveis de concretizar, é verdade que tem de se ter uma pitada de loucura, mas só uma pitada, em demasia faz mal à carteira e ao mundo.

28 de out. de 2011

-Só venho por aqui quando quero vir mais sozinha, para pensar. Não custumo ter conversa com ele e se for só com ele é apenas awkward.
-Então, mas a ele já o conheces a bué, a mim conheces tipo a duas semanas e a gente tem sempre conversa.
-Mas tu és daquelas pessoas que ta sempre a falar.
-Tens razão, sou uma gralha.
-Mas gosto bastante de falar contigo.

27 de out. de 2011

L'amour, cet étrange animaux.


Um toque, um toque e está tudo estragado, porque com aquele toque estavas perto o suficiente para fazer muitas mais ligações, a fragrância, deliciosa, a maneira, diferente de antes, parecia mais charmosa, a suavidade do toque, o olhar branco, que aparentava inocência, ausência de raiva, estava mais alto.
Andas pela casa a tarde toda, a bater com a cabeça nas paredes, porque é que te apegas, porque é que te apegas?
Pensas em mil e uma maneiras de baixar o orgulho, de pedir desculpa por algo que não fizeste, com esperança de obter perdão, de concertar as coisas. De voltar a ter aquela pessoa que estimas na tua vida, seja como for.
Mil e um discursos, mil e uma cenas na tua cabeça, todas elas boas de mais, talvez.
Voltar atrás voltavas, para não ter este trabalho, mas vai ficar tudo bem.

24 de out. de 2011

-Estás a ver aqueles dias ranhosos em que tudo o que precisavas era um abraço da pessoa certa?
-Pois.

22 de out. de 2011

Chove-não-chove

Aqueles dias estranhos do chove-não-chove, em que tudo parece pequenino, mas tudo parece enorme e cansativo, dias de carinhos aconchegados na cama quente e pequena.
Em que os centros comercias ficam super-lotados com pessoas de toda a variedade de aparências... e cheiros.
É tipo, folga num dia de chuva, pausa kit-kat dos olhares desagradáveis de alguém conhecido, é tipo, aquecedor tipo fogueira no meio de uma sala de aula, está quase.
São dias em que as unhas estão da cor que devem estar, em que há óculos apoiados na cana do nariz, em que o casaco mais largo do armário está a cumprir o seu serviço, e eventualmente os livros da escola estão apoiados numa secretária, sendo copiados e interpretados.
Ou talvez, dias de crianças a espreitar o céu cinzento pela janela, a ansiar ver o céu a chorar, talvez com uma pitada de prazer macabro, se se pode dizer tal coisa de uma criança.
Mas há crianças que não são crianças, bebé grande, adulto pequeno, o quê? Não, interpretem como quiserem.
São os dias do chove-não-chove, dias de confusões mentais, de carinhos aconchegados, e mais.

19 de out. de 2011

Homens do Mar

Há muito muito tempo atrás, era a febre da novidade, o vicio de pisar terra nunca antes pisada por humanos, a febre dos descobrimentos.
Entre o novo continente e a terra natal, havia uma larga e espessa massa de oceano azulado que reflectia o céu, a qual os homens do mar tinham que atravessar corajosamente, disfarçando o medo das correntes. Muitas vezes, pelo caminho os mantimentos escasseavam, os homens, fracos, viam coisas que os aterrorizavam por parecerem tão reais, talvez até fossem reais, mas a fome e a secura da garganta gritavam, fazendo o cérebro rejeitar tais realidades.
Como por exemplo as sereias, os ouvidos dos marinheiros, eram deliciados pelas vozes hipnotizantes que elas possuíam, os seus olhos pelas suas silhuetas, cinturas finas e cabelos compridos que tapavam os peitos desprovidos de qualquer censurador humano, exaltando a tensão sexual que os marinheiros raramente tinham oportunidade de aliviar. Fazendo com que muitos, loucos de paixão e desconhecimento do que lhes poderia acontecer, saltassem para a massa azulada, sendo puxados para as profundezas pelas tão belas mulheres e servindo de refeição das próprias.

13 de out. de 2011

E depois de um dia difícil, o seu único conforto era pensar em soluções e observar a rua movimentada.
Era como se fugisse a realidade, por vezes o acto de pensar em soluções tornava-se em sonhos, que ela sonhava deliciada olhando o horizonte.
Só que esses sonhos não a confortavam, ela sabia que eram impossíveis, parvos, inconcretisáveis.
Ela foi tão parva em acreditar que podia ter resultado.
Sem duvida, obrigadissima.

12 de out. de 2011

Non-sense

Pergunto-me se não sonhei, se não foi só um daqueles sonhos que parecem muito reais, mas não.
Disseram-me que não sonhei, porque foram testemunhas, viram-me lá ao longe, entrelaçada, nos teus braços.
Se não foi um sonho, só pode ter sido um delírio. Um delírio colectivo, pronto.
Sei que se passou pouco tempo, mas para quê exibir um copo de água em frente a um sedento, se não se pretende dar-lhe de beber? Não faz sentido.

11 de out. de 2011

Quote # 1

«Algumas pessoas sentem a chuva, outras ficam só molhadas.»

10 de out. de 2011

Fall


Havia tempos em que andava a ansiar o calor, farta do frio, mas este agora veio demasiado intenso e agora já não lhe acho tanta piada, onde estás vento refrescante? Onde estás frio que torna uma chávena de chá de morango a melhor coisa a face da terra?
É, sou uma pessoa que não gosta de temperaturas em excesso. Gosto daquele tempo de céu limpo, com uma certa brisa, e um certo friozinho na espinha. Ou até mesmo aquele tempo nublado mas abafado, agradável.
Sou uma pessoa de fins de tarde semi-frios ou semi-quentes, se isso fizer sentido.
Gosto de ouvir o murmúrio que o vento causa entre os galhos das árvores, quando os bichos verdes estão a hibernar e não nos vêem chatear.
É isso, anda lá outono, agora que te queremos e que te escondes de nós?

7 de out. de 2011

Perdidos e Roubados.

Foi preciso ter roubado um coração alheio para descobrir que quem me tinha roubado o meu, não o merecia e tão pouco o queria.
E assim, o dono do coração alheio roubou pela calada o coração que o outro não queria nem merecia, e guardou-o num local melhor, pode ser cedo para se afirmar, mas está muito mais aconchegado agora,


Obrigada.

5 de out. de 2011

Ironias


É que, estas coisas são irónicas, e é mesmo quando não se espera, quando se tem um ponto de vista totalmente diferente.
E mentir, não, mentir não, ocultar as coisas, as pessoas podem ocultar, e ficas tipo, mas eu tinha a certeza, mas não sabes que elas estão a ocultar algo.
E depois, quando dás por ti deixas de ter aquele ponto de vista que tinhas antes, reparas que os abraços já não encaixam como antes, aquilo que te sabia bem torna-se esquisito. E lembras-te do encaixe perfeito daquilo que não esperavas, aquilo que seria esquisito agora sabe-te bem.
É tão deliciosamente irónico, não é?

3 de out. de 2011

Tentativa de Poema

Não é a boca mas sim o corpo que fala.
Não é o corpo que sente, é a alma.
Com tudo isto, apresento-te a minha jaula,
Ficará tudo bem se fores com calma.