10 de mai. de 2015

Etapas

Por todo o tempo que estiveste ausente, por todas as regras que quebraste e por todas as regras que seguiste, pelas pessoas que entraram na tua vida e pelas pessoas que entraram para sair.
Pelas bebedeiras, pelas saídas, jantares e praxes.
Por todas as aulas que foste e que não foste, pelos esforços que fizeste, a paciência que tiveste, as noites, tardes e manhãs que passaste e te dedicaste.
Por tudo o que aprendeste e que de alguma maneira ensinaste.
Agora faz com que tudo valha a pena.
Everything is going to be ok.

19 de abr. de 2015

Singularidades do Viver #008

"O dia a dia está repleto de dor, de pontadas excruciantes, do rasgar da carne e do escorrer quente e grosso sanguíneo ao longo da própria pele pálida, quase azulada, e pinga para cima da carpete, que deixa nódoa e não sai.
Mas a pele não se abre, a carne não se chega a rasgar mesmo, o sangue não escorre, apesar da carpete continuar manchada, apesar da nódoa não sair e a dor continuar a arrepanhar os músculos.
A faca continua espetada nas minhas costas."

9 de fev. de 2015

Singularidades do Viver #006


É inevitável, as melhores oportunidades surgem quando as pessoas sabem que não te podem ter, que não te vão ver durante um longo prazo.
Assim surgem os potenciais melhores começos, aquelas oportunidades que se mostram fugazes, a pontinha da folha que se volta para te dar a chance de espreitar o que há na outra página.
Mas sabes que não a podes virar, não podes investir, não agora, e é isso que as oportunidades querem, desafiar-te, fazer-te desistir do teu mundo e atirares-te de cabeça, sem saberes bem o que vais encontrar no fundo da falésia, se um chão de cimento ou um insuflável para te amparar a queda.

25 de jan. de 2015

Singularidades do Viver #005


"Nunca soube, se pintaria os lábios do vermelho carnal e desconcertante do teu coração, de modo a ir de encontro ao teu súbito palpitar no momento que olhavas para a rapariga delicada de cabelos longos que apanhava todos os dias o mesmo comboio que tu.
Ou se os pintaria do mesmo vermelho espesso e escarlate do meu sangue que se esvaía de mim lentamente todos os dias, ao apanhar o mesmo comboio e assistir ao teu enrubescer espontâneo ao pousar os olhos nela. 
Há histórias que acabam antes de começar."