25 de ago. de 2011

Foi sempre assim que o vi, pacifico e com um ar intelectual, uma pessoa de coisas místicas e estudos do além.
O mundo dele é aquela varanda, que faça chuva faça sol, está sempre abafada e agradável, que tem sempre um ambiente acolhedor e exótico, com todas aquelas plantas, que vão de orquídeas a fetos.
As plantas são a vida dele, lembro-me de arrancar flores do chão,e de ele me dizer sempre com a sua calma característica, "Se a arrancares do caule ela morre." E era verdade, é sempre verdade tudo o que ele me diz, depois de ter arrancado do solo o pequeno malmequer, foi apenas uma questão de horas até o pobrezinho murchar.
Os anos foram passando, com muitas conversas e ensinamentos, e até brincadeiras com as bonecas, que inventávamos no sofá de rede.
Lembro-me de uma vez ter comido pétalas de rosa, por ele ter dito na brincadeira que eram boas para comer. Arrependi-me a seguir, quando senti o sabor a terra na boca.
Lembro-me também quando uma vez encontrei um texto dele na antiga escrivaninha que lá tinha no canto da varanda, na altura ainda não percebia muito daquelas coisas, mal sabia ler, e admito que a letra era belíssima, mas totalmente ilegível pelas suas curvas e contracurvas exageradas. Mas tudo se tornou mais claro quando ele o leu em voz alta. Era um texto sobre um rapaz que queria ser locutor de rádio quando era pequeno, que viu os anos passar e se encontrou novamente com a família, já velho, depois de uma longa viagem. Já não me lembro do resto, que sei que havia mais, mas lembro-me que fiquei a pensar nisso durante muito tempo, em como acabaria a historia, nunca cheguei a descobrir.
Mas é por tudo isto que o admiro, pelo homem que foi, pelo homem que é e por tudo o que já teve que passar. E que mesmo assim, continue com todos os seus passatempos.

3 comentários:

  1. QUE BLOG TÃO FOFINHOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO AMO O FUNDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO E ESTE POST TÁ LINDOOOOOOOOOOOOO

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  2. até metade do texto revi-me muito (:

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