8 de nov. de 2011

Ninguém o sente por ti.


Sente, sente a dormência da carne mole sobre os ossos gelados, como dói quando a pisas.
Sente, sente o vento a empurrar-te para caminhos incertos, a gelar-te a ponta do nariz e os dedos.
Sente, ainda, a chuva, que te lambe a pele descoberta, causando-te arrepios.
E depois, um espirro, um espirro que deste por sentires isto tudo como deve ser.
Não tenhas pressa em senti-lo, isso logo acontece quando a altura chegar.
Nem todas as coisas tem que ter data marcada.

Um comentário:

  1. ah, intempérie. tenho pena de quem deverá ter que sentir toda ela. demorada e calmamente.

    obrigado pelo teu comentário.
    gostei muito do teu blog.
    vou seguir :)

    *

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