30 de nov. de 2011
29 de nov. de 2011
Finalmente está tudo bem, tudo bem como eu tinha desejado, deu-se aquele pulo no tempo, e nada aconteceu.
Nada aconteceu porque não nos atrevemos a tocar no assunto, é como aqueles mendigos, podres de bêbados e aceitadores do seu destino ingrato, num canto qualquer de lisboa, eles estão lá, mas ninguém fala deles, ninguém quer falar deles, ninguém olha para eles e quando as crianças curiosas os observam a mamã diz-lhes "Não olhes", a mamã não sabe explicar porque não, mas é assim, é como se de uma regra inevitável se tratasse.
É daquelas coisas, Tabus, é isso, aquele nosso período de tempo, louco do coração, tornou-se um Tabu, um assunto sensível, e não sei se é assim que pensas, mas evito isto porque tenho medo da tua reacção, que voltemos aos últimos dois meses em que reinava aquele silêncio sepulcral.
Por isso brindemos às histórias mal resolvidas, que nunca se chegarão a resolver.
Porque às vezes é assim que elas ficam melhor arrumadas.
25 de nov. de 2011
Há pessoas que não suportam o facto de falarem mal delas nas costas. Mas é natural, até inevitável.
Há sempre comentários desagradáveis, há sempre inimigos, pessoas que não nos gostam tanto.
Há aquela tendência do desabafo. Coisas que não fazemos tão bem, há que aceitar essas coisas, o que importa? É uma pessoa desprezível, que não gostou assim muito que tenhamos realizado algo na vida.
Gosto de dizer que gosto de alguém, nas costas dessa pessoa.
Talvez seja um mau hábito, mas é melhor que falar mal certo?
Também não é como se elas não soubessem que gosto delas.
23 de nov. de 2011
21 de nov. de 2011
A Ilusão da Originalidade
É assim que a recordo, de sorrisos fugazes, surpresa por a observarem, ela estava só a ser ela própria, a ignorar o mundo ouvindo a sua musica de compassos ora sóbrios ora tresloucados, com os seus lábios e cabelos que fariam inveja à mais bela das princesas Disney. É, era assim que a via, que posso dizer? Um homem apaixonado vê a sua musa perfeita, ou melhor, vê-a na perfeição, porque a vê muito melhor que qualquer um.
Mas para quê avistar-se um ser deliciosamente perfeito, quando não se o pode possuir? É o mesmo que se acorrentar um tigre dentro de um cercado de coelhos, que saltitam de um lado para o outro, felizes, sentindo-se seguros por o predador estar desabilitado, a diferença é que eu não estou preso, nunca estive, pelo menos directamente. E não me venham com a conversa que devia ter lutado por ela e coisas do género.
É ela, a culpa foi dela, e ela sabe-o, porque sempre o fez de propósito, não, não é defeito de fabrico coisa nenhuma, é qualidade, ela tem aquele jeito felino de quem gosta de estar sozinha. Construiu paredes de betão à volta dela, é como se fossem as correntes do tigre, só que neste caso ela é o único coelho, preso dentro das paredes, e os homens, tigres, que rondam esfomeados a muralha de betão, esperando o dia que ela se lembre que existe uma porta. Sim, uns namoricos aqui e ali, isso ela admite de vez em quando, mas nunca os deixa chegar muito perto, eles são traiçoeiros, de instintos fortes. E assim, nunca deixou ninguém a possuir, e talvez seja isso que me deixa fascinado com a sua pessoa, a ideia de ter o que nunca ninguém teve. A ilusão da originalidade.
Mas para quê avistar-se um ser deliciosamente perfeito, quando não se o pode possuir? É o mesmo que se acorrentar um tigre dentro de um cercado de coelhos, que saltitam de um lado para o outro, felizes, sentindo-se seguros por o predador estar desabilitado, a diferença é que eu não estou preso, nunca estive, pelo menos directamente. E não me venham com a conversa que devia ter lutado por ela e coisas do género.
É ela, a culpa foi dela, e ela sabe-o, porque sempre o fez de propósito, não, não é defeito de fabrico coisa nenhuma, é qualidade, ela tem aquele jeito felino de quem gosta de estar sozinha. Construiu paredes de betão à volta dela, é como se fossem as correntes do tigre, só que neste caso ela é o único coelho, preso dentro das paredes, e os homens, tigres, que rondam esfomeados a muralha de betão, esperando o dia que ela se lembre que existe uma porta. Sim, uns namoricos aqui e ali, isso ela admite de vez em quando, mas nunca os deixa chegar muito perto, eles são traiçoeiros, de instintos fortes. E assim, nunca deixou ninguém a possuir, e talvez seja isso que me deixa fascinado com a sua pessoa, a ideia de ter o que nunca ninguém teve. A ilusão da originalidade.
Ele responde se lhe chamares
coelho,
disney,
jeito felino,
tigre
17 de nov. de 2011
16 de nov. de 2011
Reciclagem
Foi levar uma sova pelo amor abandonado, foi arrancar-se nacos de coração onde a amizade estava guardada, e depois, foi afiar a língua para que a alma dorida afiasse as unhas e se sentisse injustiçada, ou até mesmo para que se sentisse mal pela sova que apanhou, pelos bocados de carne que lhe foram indevidamente arrancados, pelas nódoas negras nas carnes moles e o coração de papel amachucado, que foi apertado de forma a que os vincos permaneçam marcados no papel, ficando assim inapto, posto de lado, a espera do dia em que será reciclado para ser um coração de cartão, mais difícil de sofrer tais vincos.
LOL
"Não digas LOL, isso é o expoente máximo da secura." Disse-te uma vez quando me respondeste com tal palavra. Hoje, numa conversa solta que apanhei, ouvi-te dizer "Não digas LOL, isso é mesmo seco."
Fico feliz que tenhas aprendido algo de útil comigo.
15 de nov. de 2011
14 de nov. de 2011
Oportunidades Fugazes
Hoje, ao passar por ti, tropecei numa oportunidade, pensei em agarrá-la e imaginei como tudo aconteceria.
Tive medo que me dissesses que não, que não querias falar comigo, com a cara inexpressiva que farias, de quem se vinga.
Continuei a andar e apesar de te olhar de esguelha, discretamente, não parei, também não me pareceu que desviasses o olhar para mim... Mas é normal, acho.
Acho engraçada a maneira como vivemos assim, sem dirigir palavras um ao outro. Estamos sempre atentos ao que um e o outro diz, eu sei que estou e tu, tu nota-se que também, pelos comentários que as vezes fazes no grupo de conversa. Acho que é uma maneira de ninguém reparar que estamos assim.
Mas devia ter agarrado a oportunidade, podia tudo ter acabado hoje.
-Podemos falar?
-Sim.
(...)
-Perdoa-me se te chateei...
(...)
-Está bem, eu perdoo-te.
-Obrigada, agora... Dá-me um abraço...
Ele responde se lhe chamares
fugaz,
oportunidade,
perdooar
13 de nov. de 2011
11 de nov. de 2011
9 de nov. de 2011
8 de nov. de 2011
Ninguém o sente por ti.
Sente, sente a dormência da carne mole sobre os ossos gelados, como dói quando a pisas.
Sente, sente o vento a empurrar-te para caminhos incertos, a gelar-te a ponta do nariz e os dedos.
Sente, ainda, a chuva, que te lambe a pele descoberta, causando-te arrepios.
E depois, um espirro, um espirro que deste por sentires isto tudo como deve ser.
Não tenhas pressa em senti-lo, isso logo acontece quando a altura chegar.
Nem todas as coisas tem que ter data marcada.
Ele responde se lhe chamares
Chuva,
data marcada,
espirro,
frio,
sentir
7 de nov. de 2011
4 de nov. de 2011
I miss the days when you loved me.
Quero que sintas a minha chegada como sentes a noite, inevitável e repentina como um trovão e intensa como o frio que faz.
Quero que me olhes com esperança, que aquele brilho que outrora havia nos teus olhos volte, que me puxes para ti para sentirmos o palpitar nos nossos corações felizes do regresso e me dês a mão só porque nos sabe bem.
Que te perfumes para mim e que me elogies os feitos com paixão.
Que me mostres as tuas coisas e me peças opinião pela coisa mais inútil, só para fazer conversa.
Ou até mesmo dizer "Gosto muito de ti" para o ar, só porque sim, só porque temos alguém especial.
Ele responde se lhe chamares
a fine frenzy,
frio,
inevitável,
noite,
paixão,
regresso,
sleepwalking,
trovão
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