A noite apresentou-nos á distância e obrigou-nos a interagir de repente, fez faisca, mas o fogo não chegou a ser ateado, a noite tinha pressa e foi-se embora com ele, cedo demais.
Meses passaram como corre a água de um riacho, ribeira que canta entre o cascalho no fundo, dançando na corrente, a noite veio e voltou, mas dele nunca houve sinal. Ela roubou-o com a mesma rapidez com que o ofereceu.
Ou pensava eu, ele foi afastado sim, mas conseguiu que houvesse a possibilidade de partilharmos mais noites e até dias, esses que nunca tinham sido chamados ou acordados, não sei para onde a linha do rio que outrora era riacho ou ribeiro me leva, mas também não é assunto que me atormente, vou deixar o riacho cantar e levar-me ao sabor do vento e da corrente, se não me afogar, quem sabe se vou parar a um lugar bonito?
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